domingo, 2 de novembro de 2008

Pálida à luz - Álvares de Azevedo

Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando
Negros olhos as pálpebras abrindo
Formas nuas no leito resvalando

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

Álvares de Azevedo

Um comentário:

  1. Álvares de Azevedo foi um dos maiores poetas nacionais, sabia ser misterioso, profundo, místico, fantástico, sensual e era muito aprofundado no gótico, sendo um dos maiores ícones da cena gótica séculos depois de morrer.

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