segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Núpcias

O beijo
O olhar
O toque
O corpo
Os dedos
As alças
O vestido.

O nu
O choro
A emoção
O prazer:
Os seios
As mãos
O rosto
O peito
Os cabelos
Os pés.

O lençol
O deitar
A cama
O sorrir
O ouro
O reluzente
O dedo,
O esquerdo
A um
A outro
A dois.

Andréa de Azevedo.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Não esquece que eu te amo


Uma linda composição de Lua Marqs e melodia de Mailson Furtado, confira:


"Não esquece que eu te amo"

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009



BRANCO

(Mailson Furtado)

O branco:

Pode ser paz;

pode ser a raça de Aldof Hitler;

pode ser a falta de idéias

pode ser uma estrofe sem rima;

pode ser todas as cores:

Paixão, esperança, calmaria;

pode ser a cor mais transparente possível

que trás junto ao papel

Esse espelho de toda fantasia.


8 de mar. De 2008

sábado, 19 de dezembro de 2009

O baile da vida

Às vezes ouvimos algumas coisas num momento inadequado

Abalamo-nos

A sensibilidade dos sentimentos reflete no corpo

O céu azul é coberto por nuvens de incertezas

Esse é bolero da vida

Estar à beira do mar e receber uma onda de surpresas

Ver surgir alguém repentinamente de um lugar que a dias você olha

Saber que o ritmo da música varia progressivamente

Ajudar

Ser ajudado

Acordar olhando para o teto que um dia foi estrelado

E que hoje é apenas um teto branco

O lustre das idéias que ascende e apaga

Dia

Noite

A sensualidade que se perde nos cabelos brancos

Espelho mentiroso

Espelho sincero

A arte de envelhecer é como melodia

A morte é como desafinar e desistir da música

Viver é escutar em vários momentos canções

Dançamos esse baile da vida por muito tempo

Para muitos se torna rápido demais

Vestido

Terno

Lençóis

Eu sou piano

Eu sou louco

Somos tudo que quisermos numa fração de pensamento

Somos amanhecer

Entardecer

Visão de tudo e de todos

Sorriso vazio

Depois cheio

Respondam-me o que vêem?

Prossiga

Persista

Assim os pássaros voam...

(Autor: Leandro de Souza Cruz - 07/07/2009)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009


Sou eu quem...

Um lampejo de lembrança
parte do que foi e não mais é.
Sou eu, e ser é a herança
dos que se dizem sãos, até...

Sou poeta, bêbado e palhaço,
pense em mim como os muitos qu' eu sou,
como os muitos encerrados no abraço
deste qu'escreve, que bebe, que dá seu show!

Equilibrado então e em meu passeio
dou piruetas na corda que se não vê;
fujo de amores em meu findo receio
pois o palhaço, também amante, não pode ser.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

*Baseado e inspirado num pensamento fictício de uma pessoa conversando com o espelho.

Espelho


Abro os olhos

Tudo tão escuro

Tento sair

Só me resta fugir

Devo ser forte

Mesmo sem estancar a ferida desse corte

O que é sorte?

Seria viver longe da morte

Brinco com ela todos os dias

Pensamentos dançam embaixo dos lençóis

Embalam o quase dormir

Águas que caem do teto

Submergem loucuras

A vida é um mar incerto

Onde não adianta apenas ser esperto

Quando em segundos tudo vira deserto

Você sente um vazio no peito?

Sinto cheiro de agonia

Sua ou minha?

Não corra!

Não morra!

Pois sua cova você mesmo que cava

O Cemitério é sua casa

E o que te sepulta são suas atitudes

Lágrimas guardo

Engulo

Alago meu interior

Quando o tiro vem

Ouço um sussurro

Saia da frente!

Chegue mais perto!

Assim tudo volta a cada escurecer

A cada amanhecer

A cada envelhecer

A cada vez que não vejo ninguém

Nem me olhe assim dentro dos olhos

Minha alma é como espelho

Reflete uma sociedade insegura

Penosa e obscura...

(Autor: Leandro de Souza Cruz - 03/02/2009)

domingo, 13 de dezembro de 2009

MINHA PRIMEIRA POSTAGEM AQUI !!!

Liberdade


É ter asas e poder voar

Sair sem ter hora pra chegar

Dormir sem precisar de hora pra acordar

Relacionar-se sem a obrigação de amar

Acelerar

Andar

Pular

Sorrir e às vezes chorar

Por cima dos obstáculos saltar

Olhar nos olhos e depois beijar

Oferecer os ombros para confortar

Ouvir uma música que te faz delirar

Respirar

Querer e conseguir falar

Apenas me permita sonhar

Voar

Acordar

Delirar

Respirar

Talvez um dia até amar

E muitas outras coisas que nos faz continuar

Apenas me permita...


(Autor: Leandro de Souza Cruz - 30/11/2009)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Hamster

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Não sei e nada sei

Eu procuro algo

Um algo que nem sequer sei para que

Nem onde

Nem porquê.

Sequer sei o que sei

Eu procuro um encaixe

Mas o que será isto?

Todos duvidam que eu ache

Pois eles também estão perdidos.

E eu procuro um encaixe.

Um lugar onde eu caiba

e que seja bem-vinda.

Que eu olhe a tudo

E veja um mundo de esplendor.

Que eu saiba

Abrir asportas

E descobrir a cor

Do amor.

Mas eu sou como todos

E como todos não venho a saber.

Só sei que um dia farei e verei.

Só sei que, como Sócrates, nada sei.

Por Lisa Stér Cöy

www.lisastercoy.com

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ironia Conjunta

Que mal seria embaralhada
Tampouco sôfrega
Do remorso esmiuçado
E das memórias lúbricas.

Então, ao pedido de resposta
Abaixa a cabeça
Tua mão funde em minhas costas
Abre os olhos num ato veemente e sedutor
Minhas pupilas se dilatam
Abre um sorriso leve
Frio
Tímido
Que ironia

Como opostos que não vivem separados
Como Lua e Sol
Dia e noite
Treva e luz

Como Vestida e nua
Carinho e açoite
Tridente e cruz

Como não vivem sós
Coração e sangue
Somos nós.

(26-27-28-29/04/09)

Lisa Stér Cöy
www.lisastercoy.blogspot.com
www.acorjavirtual.blogspot.com
www.poesiaeternizada.blogspot.com

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Soneto Folião

E como chora o Pierrot, eu o faria,
Por não tê-la aqui tão perto assim.
Mas só agora eu percebo a agonia
Qu’é vê-la como d’outro, no abraço do Arlequim.

Então resumi minha folia
Na singela lágrima mascarada;
Quando não me contive e a alegria
Foi sonhá-la aqui, como minha amada.

Mas sei que sou pouco pra seu coração de menina:
Derramo outro choro qu’a máscara encobre,
Porque caí de amores pela Colombina

E não há escape para meu coração pobre.
Exceto aceitar que prantear é minha sina,
Enquanto vivo a dizer que minha paixão é nobre.


Em tempos de fim de carnaval, é interessante ser encontrado por um poema como este, que veio à luz da madrugada, regado à insônia e saudade!!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

IDEAL

Ela era branca, pouco corada, detalhe imperceptível, contudo, posto qu’ era noite; andava de forma calma e refletia a luz qu’ a noite não possuía. Mas, em deslumbramentos, comecemos – por sobre sua fronte espalhava-se um véu castanho claro, sob o disfarce de cabelo, levemente escurecido pelo ambiente noctívago, não pouco umedecido pela atmosfera da madrugada.
Envergava vestes carnalmente divinas, posto que, ao invés de despertar volúpia, emanava um senso quase celeste e, pasme, eterno. Cobria-lhe o dorso cândido uma bata ajustada ao corpo virginal, bata alva de igual modo e de babados que perpassavam as extremidades das mangas e de sua gola; acima de seu colo, envolvendo-lhe o pescoço, uma tênue tira de couro enegrecido fora atada num delicado laço oculto pelo cabelo, que o cobria.
De súbito, tivemos a impressão (ora tivemos a certeza!) de que o paraíso perdera duas ninfas, uma vez que, de chofre, nossos sedentos olhos se brindaram com uma nova varoa de aparência assaz divina quanto a da primeira.

(este é dedicado àquelas capazes de trazer certo sentido à vida de poetas apaixonados)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Rito de Uma Lágrima

Há uma lágrima que, contida
Faz seu trajeto em meu rosto, gotejante;
Vejo um sentimento antigo e sem vida
Que ressuscita-se a si, do pó, errante.

Há a confusa certeza da derrota
E a troca dos papéis uma vez mais…
…há catedrais que desmoronam à minha volta
Além de sinos que se ouvem… não se ouvem mais.

É confuso, volta, retorna e se vai,
Mas, na verdade, nunca saiu de seu posto.
Então como pode ter essa força que me atrai?
Maldito sentimento, que, confuso, é meu desgosto.

Então eu desço àquela escadaria,
Que é palco de todo o meu desejo…
…desfruto das gotas dessa espúria agonia
e mostro-me vencido diante do que vejo.

Mas logo que ela vem, traz,
Sob seus belos risos, salvação.
Traz também beleza, força, calmaria e paz…
Conduz-me ao encanto de um perdoado coração.

E o perdão, emoção tão esquecida,
Torna-se, com ela, sentimento primo…
…quando, puro, a amo e me perco em minha vida.
E a escalo, sem medo, pronto a alcançar-lhe o cimo.