sábado, 29 de novembro de 2008

Meu ultimo suspiro.

Sinto - me cansado, desolado, abandonado, desamparado
embora todas os olhos me foguem e todos os olhares me filtrem
calculo - me perfurado por todos os tipos de luzes extensas
embora nenhuma delas venha a suprir a minha carencia...

nesse deserto de multidoes onde todos me cercam
sobrevivo como uma ilha deserta e desesperada em sua busca,
busca de sentidos, caminhos e direçoes, que nada vale...
mais mesmo assim continuo a buscar embora nada encontre...

lembra daquela primeira estrela que aparece ao anoitecer?
lembra dakelas outras que aparece logo depois?
sinto - me como a primeira estrela, que sendo a primeira chegar,
nao desapareço nem quando a luz do sol me ilumina...

lembra de todas as pessoas que sumiram de sua vida?
mesmo sendo de algumas horas ou poucos dias?
jamais sumirei de sua vida por mais magoas que vc venha a me causar
nao terei a capacidade de abandonar vc no pior ou melhor momento de sua vida...

lembra - se do deserto?
lembra - se da ilha?
lembra - se das estrelas?

mesmo que venha a acontecer tudo, desaparecer todas as coisas
meu espirito nao te abandonará...
nem em meu ultimo suspiro...

( dedicado a vc - Samara Martins )

domingo, 16 de novembro de 2008

Há Que Raiva

(Thiago Grijó Silva)

Há mais que raiva
Quanta raiva me da essa emoção
Minha vontade esta clara
Vou arrancar teu coração
E comer do teu fígado

Há mais quanta raiva
Quanta raiva que me da
Te ver olhar tão calmamente pro mar
E nem se da conta de que eu estou a te olhar

Há que raiva que me da
Minha vontade e de te ver morrer
Há que raiva que me da
Ver tua alegria só por ele aparecer
Há queria era ver
Essa mesma alegria no dia em que eu for te ver
Há essa raiva não adormece
Só enfraquece ainda mais o meu corpo
Já cansado
Quase que morto
Parece um espantalho
Sem vida no chão

Há como eu queria que você
Ficasse feliz assim ao me ver
Há que vontade de morrer
Que dor sem fim
Sinto-me aprisionando dentro de mim

Há que raiva que me da
Te ver sorrir só por ele chegar
Que raiva que me da
Te amar...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Noite de Chuva

(Thiago Grijó Silva)

Noite de chuva
Atrás da sombra o silencio
Da madrugada perturba
Meu coração

Noite de chuva
Os meus pensamentos
Bóiam dentro do mar mórbido
Da minha vida sem rumo
Na qual mudamos o curso
Sem ver em que direção se vai

Nada mais
Vejo a minha frente
Apenas sombras vagam pela minha mente
E nada mais ouço passar
Apenas um sussurrar no pé do ouvido
E o medo, meu velho amigo
Que nunca quis me abandonar

Noite se vai
Como a chuva que cai
Perturbando as lembranças
De quando eu era criança
A memória do meu pai

Noite de chuva
De chuva que cai
E pra mim sobra apenas
O tempo para lamentar
Para ver onde vou errar
E qual o próximo tiro que não vou acertar

Noite escura
A chuva cai
Ando nas sombras
Mas é Deus quem vai
Guiando-me os caminhos
Por isso nunca estou sozinho

Chuva cai
Mas vai parar
Sofro hoje
Mas amanhã não vou chorar...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Tara Sentimental


O impulso de meus olhos
Que dilatam em contato
Com a gota do orvalho
Revivendo um certo fato

Não me importo de acolher
Esta memória eternamente
Pois no eterno quero crer
No eterno amor que sentes.

Impossível de se ver
No entanto, tal momento
Terna ou eternamente reviver
Esta tara de sentimento.

Rodopios por um mundo sem igual
Devaneios que me fazem cada vez mais
Crer em coisas loucas, tal qual
O gosto salgado que tua lágrima faz.

Sentimento recíproco
De almas não mais feridas
De corações não mais ocos
De felicidades unidas.


Lisa Stér Cöy.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Fome

Fome que me destroi me insanando essa dor que por dentro me corroe;

Fome que me alimenta, me deixando embriagado com essa amargura de meu estado;

fome que me consola com a dor veemente de sua magnifica gloria;

fome que me causa disturbios por vontades que nao sei de onde vem, e pela triste saudade de nunca ter amado alguem;

fome que me fere feito um animal, por esse fato, por esse trato me crio vontades do qual me sinto mal;

fome que me aquece, pelo sentido estado que nunca me enriquece;

fome que me desprezou pelo sequinte fato de que nunca ninguem me amou.

Olhe

(Thiago Grijó Silva)

Olhe para o mundo
E me diga o que você vê?
Pessoas com fome
Pessoas querendo saber
Sobre tudo que não podem entender

Olhe para o futuro
E me diga o que você vê?
Um mundo sujo
Onde todos rastejam pelos cantos escuros
Buscando coisas que já não podem ter

Olhe para o presente
E me diga o que você vê?
Pessoas que rastejam ao lembrar-se do passado
Olhando o futuro elas acham
Que podem se salvar

Olhe para o passado
E me diga o que você vê?
Uma gama de erros incorrigíveis
Num suceder de fatos horríveis
Manifestando-se no presente
Movimento de nossas vidas vazias
Que giram em torno do obscuro buraco negro da vida

Olhe agora para você
E me diga o que você vê?...

domingo, 2 de novembro de 2008

Pálida à luz - Álvares de Azevedo

Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando
Negros olhos as pálpebras abrindo
Formas nuas no leito resvalando

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

Álvares de Azevedo