segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Por um fio

Mora e não tem casa.
Deita e não dorme.
Começa e não para.

Sente e não toca.
Come e não engorda.
Beija e não ama.
Pensa e não fala.

Eventualmente chora.
Quase sempre rir.

Afina ou desafina?
Vive ou morre?

Um fio de limite.
Um fio de sensatez.
É. Quem sabe.

Andréa de Azevedo.

23/08/2006.

Um comentário:

  1. Tem gente que apenas existe, pois de forma biológica, social, estudantil, trabalhista e de outras formas certas pessoas tem vida mas são tão mortas que parece que são uma aberração da natureza. Conheci pessoas fáceis de esquecer o nome e a forma, pois de tão distantes, débeis, inertes e comuns eram seres inumanos, completamente distantes da minha capacidade de compreensão.

    Perguntei para uns inumanos acerca de alguns questionamentos filosóficos da vida e morte, então suas respostas foram tão pobres que fiquei pensativo sobre quem são os nativos e visitantes/invasores desse plano existencial. Por outras vezes eu pensei que sou de outro planeta ou dimensão, e que estou num plano existencial completamente trocado.
    Realmente não sei responder quem é o extraterrestre aqui... se são os inumanos, as aberrações humanas, os humanos comuns ou os 4E (excêntricos, exóticos, estranhos e esquisitos). Não sei dizer... talvez a resposta seja tão múltipla que tenhamos que escolher uma que nos agrade.

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